Esta manhã, acordei sem despertador e feliz!
Uma música vem a minha mente e martela sem parar um som de alegria e entusiasmo.
O dia está lindo e um céu de brigadeiro nos presenteia com um sol maravilhoso.
Olho para o lado da cama e vejo a tal de Sandra Bitencourt, meu amor. Como essa mulher é especial! Ela é o “cara”!
Há muito eu não me levantava da cama com tanta euforia e motivação. Algo mudou em mim e eu não sei o que é. Aliás, pouco me importa, desde que seja bom e que valha a pena.
Vou ao banheiro, escovo os dentes e tomo banho, mas a música insiste em ressoar em minha mente.
Há mais de três anos, não ouço “O que é o que é?”, de Gonzaguinha. Amanheço agora cantando isso!
O nordeste deu e dá muitos filhos ilustres ao Brasil, porém Gonzaguinha foi neto do nordeste. Sim, ele nasceu no Rio de Janeiro.
Filho do cantor e compositor pernambucano Luiz Gonzaga do Nascimento e de Odaleia Guedes dos Santos (cantora do Dancing do Brasil), morta por tuberculose quando Gonzaguinha tinha dois anos de idade.
Em 1961, aos quatorze anos Gonzaguinha compõe sua primeira música “lembranças da Primavera”.
Sua música e poesia nos deixaram muito cedo por causa de um acidente de carro sofrido por ele.
Gonzaguinha conseguiu o que meu amigo pastor Pedro Paulo chama de “Graça Comum”.
Compor “O que é o que é?” foi um presente de Deus para Gonzaguinha.
Só consigo ver Deus inspirando alguém a dizer: “viver, e não ter a vergonha de ser feliz”.
É isso mesmo! Viver e somente isso.
Somos escravizados por códigos de conduta, aparências, protocolos, pela opinião dos outros, ou o que eles podem pensar, por aqueles que se constituem nossos donos e tutores, verdadeiros fiscais da nossa existência, sem, por tudo isso, se darem conta que a vida é dom, dom de Deus e somente nossa e para ser vivida por nós.
Ao deixarmos que forças exteriores intervenham em nossa vida acabamos por deixar de viver. Por isso não conseguimos ser felizes.
Por outro lado, nos preocupamos demais com as aparências, com nossos títulos e com nossa posição acadêmica, que por permissão nossa, passam a ter mais relevância em nosso viver do que o que realmente importa.
O coração grita e a alma implora: “deixe-nos viver!”.
Adoecemos na busca de querer impressionar aos outros. A doença piora e passamos agora a querer também impressionar Deus.
Preciso aprender a viver e não me permitir ter vergonha de ser feliz. Eu preciso ser eu mesmo.
Preciso ser mais humano. Quero poder andar descalço e pisar na areia. Quero tomar banho de chuva e manga com leite. Preciso dar gargalhada na hora da graça e quando tiver vontade! Quero sentir emoções que há muito estão reprimidas em mim, daquelas que a gente sente quando desce a montanha russa, quando voa de asa delta ou dá o primeiro beijo no(a) amado(a). Eu quero dar o primeiro beijo na minha esposa até o último beijo da nossa vida. Quero viver! Vou viver e sem me envergonhar por isso!
Vivi momentos em minha existência em que a única certeza que tinha era a morte.
Minha única certeza hoje é a vida.
Vou sair para pescar, namorar minha mulher, tomar café com leite em pó, pisar na areia da praia, comer frango com as mãos e sorrir. Ser feliz.
Vou beliscar o traseiro dos meus filhos, apertar a campainha da casa do vizinho e sair correndo.
Quero ver meu time no estádio, mesmo que ele perca. Só quero estar lá.
Vou comer uma picanha, ou talvez duas, e se a grana for curta, um espetinho resolve. Depois, quando eu voltar para casa quero ter a certeza de que meu dia valeu a pena. Ah, se valeu!
Quero que os meus amigos, quando estiverem no meu velório, toquem uma música feliz e deem boas risadas lembrando de mim e que digam: este maluco era realmente doido! Doido pela vida. Conseguiu permanecer na sua loucura e não permitiu curar-se pelo amargo remédio da desilusão.
O menino Gonzaguinha estava realmente certo. “EU FICO COM A PUREZA DA RESPOSTA DAS CRIANÇAS: É A VIDA, É BONITA E É BONITA”...Pense nisso - seja feliz.
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