Tive o privilégio de assistir com minha esposa ao espetáculo "Olheiros do Tráfico" no teatro Sesc Casa da Gávea (RJ).
Interpretados pelos atores Bruno Suzano e Sandro Barçal e sob a direção de Moisés Bittencourt, os personagens Tavim e Crika nos remetem a dura realidade dos soldados do crime.
Parceiros no "ofício", os dois personagens são crias de uma realidade bem diferente um do outro.
Tavim, filho do morro e com um comportamento de pouca educação, age pelo instinto e sempre que se vê acuado, tende ao apelo à violência e intimidação. Para não deixar mentir as estatísticas, ele carrega princípios cristãos que o quebrantam e servem de escudo da alma quando se encontra em iminente perigo. Quando a "chapa esquenta" ele se lembra de Deus, lê um salmo e canta hinos na tentativa de buscar fuga no Criador. Ele é nervos a flor da pele e lidera a relação entre os dois. É grosseiro, obtuso, desmedido, inconsequente e apaixonadamente simples! Simplório ao extremo, como é próprio dos "peões" no tabuleiro do jogo da vida.
Por outro lado, Crika é astuto, instruído e filho da Zona Sul. Ele nasceu em berço esplêndido e não se pode justificar da sua vida no tráfico. Ele está lá por querer experimentar algo que nem ele mesmo sabe o que é. Ele se auto-destrói para punir os pais e extravasar seu ódio pela mãe.
Crika passa o tempo todo numa relação conflituosa com Tavim, porém, por pura conveniência se submete a liderança do amigo e colega de "boca".
Não vou aprofundar mais na descrição dos personagens para não estragar sua ida ao teatro.
Se você puder, programe-se e vá ao teatro assistir "Olheiros do Tráfico. Sua visão sobre a vida e sobre os soldados do crime certamente irá mudar.
Parabéns aos meninos Bruno e Sandro.
Parabéns ao meu xará Bittencourt.
Viva o teatro.
Rogério Bitencourt
Pastor do lado de cá.
manancialdepaz@gmail.com
TT
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